Allan Kardec - 1804-1869 |
Estamos rodeados por Espíritos!
Estamos rodeados por Espíritos. Há quem pense que os Espíritos estão numa região do espaço e que só entram em contato com a gente em casos especiais. Engano de quem pensa assim… Eles estão por toda parte e interferem nas nossas decisões, sem contar nas chacotas que fazem a nosso respeito; provocam desentendimentos, usam e abusam dos nossos hábitos, fraquezas, vícios; provocam brigas, incentivam a desunião, causam doenças inexplicáveis, dores sem causa aparente, mal-estar físico e emocionais sem motivo que justifique, e assim por diante… Bem! Me refiro aos Espíritos inferiores que continuam presos a matéria, que tem nos prazeres dos sentidos a fonte que alimenta a sua natureza perversa. É preciso aplicar a máxima dita por Jesus: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” Mateus 26:40.
Esses Espíritos se aproveitam da invigilância da pessoa, isto é, do Espírito encarnado que se deixa levar pelos devaneios, e tomam conta. Se aproveitando das fraquezas morais dominam a vítima, daí em diante passam a estimular as suas fantasias, os seus desejos mais secretos, mais íntimos; e ela sem perceber se deixa levar, e gosta, porque provavelmente faz parte da sua história como Espírito. Sente prazer com isso porque é o que deseja, é parte da sua fantasia, daquilo que mais quer… Daí em diante os laços entre o dominado e o dominador vai se tornando cada vez mais estreito até que, se não houver uma ação contrária da vítima em relação ao obsessor, ele passa a dominar por completo a sua vítima, levando-a a constrangimentos cada vez maiores; apresenta comportamento agressivo, inadequado para o momento, ideias de suicídio recorrente, transtorno do pânico, depressão, transtorno parafílico... É importante procurar ajuda. A obsessão espiritual é uma doença que deve ser tratada logo que se tenha conhecimento dela. Não pense que isso é bobagem, que não existe e que com a morte acaba tudo ou que os mortos ficam esperando a hora da ressurreição e que isso é obra do demônio. Não! Pelo contrário, após a morte os Espíritos vão se juntar àqueles com os quais estão em sintonia, mesmo que a vítima quiser não se libertará tão facilmente, é uma questão de sintonia, de simbiose - os pensamentos estão na mesma frequência e, veja bem, não depende de grau de instrução, a lei é igual para todos.
Já os bons Espíritos, ajudam; não julgam, não recriminam, apenas ajudam, independentemente de credo ou de raça, mesmo porque, somos todos filhos de Deus. Deus não criou um melhor que o outro, deu a todos as mesmas qualidades e oportunidades. O bom Espírito compreende isso, sabe que todos, um dia, serão perfeitos e sabe que o caminho mais curto para chegar a perfeição é pela Lei do Amor, começando pelo perdão: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; se, porém, não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai perdoará vossas ofensas” - Mateus 6:14,15. E a uma pergunta de Pedro, jesus respondeu: “(…) Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete” - Mateus 18:22. Isto é, perdoar sempre… Os bons Espíritos não cobram nada por isso, vão por toda parte a procura daqueles que cansados da roda de dor e sofrimento querem sair desse círculo e retomar a sua caminhada para Deus.
“Estou demasiado tocado de compaixão pelas vossas misérias, por vossa imensa fraqueza, para não estender a mão em socorro aos infelizes extraviados que, vendo o céu, caem nos abismos do erro. Ide, amai, meditai todas as coisas que vos são reveladas; não mistureis o joio ao bom grão, as utopias com as verdades." O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, trad. J.Herculano Pires, Ed. LAKE, Cap. VI.
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