O Livro dos Médiuns: Perispírito!


Allan Kardec - 1804-1869


O Livro dos Médiuns: Perispírito!

LIVRO: O LIVRO DOS MÉDIUNS - AUTOR: ALLAN KARDEC - EDITORA: LAKE - EDIÇÃO: 11ª - ANO: 1984. ASSUNTO: O Perispírito – Trabalho copilado de acordo com a obra O Livro dos Médiuns de Allan Kardec.

“Mais vale rejeitar dez verdades do que admitir uma única mentira, uma única teoria falsa”. – Erasto.

Pg.414 (São Luiz): “... O Espiritismo é uma moral e não deve sair dos limites da filosofia se não quiser cair no campo da curiosidade. Deixai de lado as questões científicas”.
 
O Perispírito
 

Pg.16 (Introdução do Livro dos Médiuns) “A tese fundamental deste livro (dos Médiuns) é a existência do Perispírito ou corpo energético dos Espíritos, elemento de ligação do Espírito ao corpo material. Essa ligação, de tipo energético ou vibratório, é o princípio da mediunidade”.

Pg.25 – “Além desse envoltório material o Espírito possui outro, semimaterial, que o liga ao primeiro. Na morte, o Espírito abandona o corpo, mas não o segundo envoltório, a que chamamos Perispírito. Esse envoltório semimaterial, que tem a mesma forma humana do corpo, é uma espécie de corpo fluídico, vaporoso, invisível para nós no seu estado normal, mas possuindo ainda algumas propriedades da matéria. Nota: O Apóstolo Paulo como podemos ver na I epístola aos Coríntios, chama o Perispírito de corpo espiritual, que é o corpo da ressurreição" (J.H.P.).

Pg.25 – Não conhecemos ainda a natureza íntima do Perispírito, mas podemos supô-lo constituído de substância elétrica, ou de outra espécie de matéria tão sutil como essa.

Pg.62/núm50 – Na Doutrina Espírita, entretanto, o Perispírito é considerado como simples envoltório fluídico da alma ou Espírito. Constituindo-se o Perispírito de uma forma de matéria, embora muito eterizada...

A alma e o Perispírito formando um todo sob a denominação de Espírito. Como o germe e o perisperma formam uma unidade sob o nome de fruto.

Pg.64/núm51 – Resposta de um Espírito: “O que uns chamam de Perispírito é o mesmo que outros chamam envoltório fluídico... Esse fluído é a perfectibilidade dos sentidos, a extensão da vista e do pensamento... Me refiro aos Espíritos elevados. Quanto aos Espíritos inferiores, estão ainda completamente impregnados de fluídos terrenos... Por isso sofrem fome, frio, etc. O perispírito, para nós, Espíritos errantes é o instrumento pelo qual nos comunicamos convosco, seja indiretamente, por meio do vosso corpo ou do vosso Perispírito, seja diretamente com a vossa alma... O Perispírito pode variar de aparência ao infinito; a alma é a inteligência, não muda sua natureza...” – Lamennais.

Pg.69/núm54 – Numerosas observações e fatos irrecusáveis, de que trataremos mais tarde, demonstraram a existência no homem de três componentes: 1º) A alma ou Espírito, princípio inteligente em que se encontra o senso moral; 2º) O corpo, invólucro material e grosseiro de que é revestido temporariamente para o cumprimento de alguns desígnios providenciais; 3º) O perispírito, invólucro fluídico, semimaterial que serve de liame entre a alma e o corpo.

A morte é a destruição, ou melhor, a desagregação do envoltório grosseiro que a alma abandona. O outro envoltório desprende-se e vai com a alma, que, dessa maneira tem sempre um instrumento. Este último, embora fluídico, etéreo, vaporoso, invisível para nós em estado normal, é também material, apesar de não termos, até o presente, podido captá-lo e submetê-lo à análise. Este segundo envoltório da alma ou perispírito existe, portanto, na própria vida corpórea. É o intermediário de todas as sensações que o Espírito percebe, e através do qual o Espírito transmite a sua vontade ao exterior, agindo sobre os órgãos do corpo. Para nos servirmos de uma comparação material, é o fio elétrico condutor que serve para a recepção e a transmissão do pensamento. É, enfim, esse agente misterioso, inapreensível, chamado fluido nervoso, que desempenha tão importante papel na economia orgânica e que ainda não se considera suficientemente nos fenômenos fisiológicos e patológicos. ...Seja durante a sua união com o corpo ou após a separação, a alma jamais se separa do seu perispírito.

Pg.70/núm55 – Mas em qualquer de seus graus, ele (Espírito) está sempre revestido de um invólucro ou perispírito, cuja natureza se eteriza à medida que ele se purifica e se eleva na hierarquia. ...O perispírito, portanto, faz parte integrante do Espírito, como o corpo faz parte integrante do homem. Mas o perispírito sozinho não é o Espírito, como o corpo sozinho não é o homem, pois o perispírito não pensa. Ele é para o Espírito o que o corpo é para o homem: o agente ou instrumento de sua atividade.

Pg.70/núm56 – A forma do Perispírito é a forma humana, e quando ele nos aparece é geralmente a mesma sob a qual conhecemos o Espírito na vida física.

... A forma humana é a forma típica de todos os seres, em qualquer grau a que pertençam. Mas a matéria sutil do Perispírito não tem a persistência e a rigidez da matéria compacta do corpo. Ela é, se assim podemos dizer, flexível e expansível. Por isso, a forma que ela toma, mesmo que decalcada do corpo, não é absoluta. Ela se molda à vontade do Espírito, que pode lhe dar a aparência que quiser, enquanto o invólucro material lhe ofereceria uma resistência invencível. 

Pg.71 – Desembaraçado do corpo que o comprimia, o Perispírito se distende ou se contrai; se transforma, em uma palavra: se presta a todas as modificações, segundo a vontade que o dirige. É graças a essa propriedade do seu invólucro que o Espírito pode fazer-se reconhecer, quando necessário, tomando exatamente a aparência que tinha na vida física, e até mesmo com os defeitos que possam servir de sinais para o reconhecimento.

Pg.71/núm57 – Embora fluídico, ele se constitui de uma espécie de matéria, e isso resulta dos casos de aparições tangíveis, ...sobe a influência de certos médiuns, verificou-se a aparição de mãos, com todas as propriedades das mãos vivas, dotadas de calor, podendo ser apalpadas, oferecendo a resistência dos corpos sólidos, pegando as pessoas, e que de repente se esvaeciam como sombras. Sua tangibilidade, sua temperatura, a impressão sensorial que produzem, chegando mesmo a deixar marcas na pele, a dar pancadas dolorosas, a acariciar delicadamente, provam que são materialmente constituídas. Sua desaparição instantânea prova, entretanto, que essa matéria é extremamente sutil e se comporta como algumas substâncias que podem, alternativamente, passar do estado sólido ao fluídico e vice-versa. 

Pg.71/núm58 – O Espírito precisa, pois, de matéria, para agir sobre a matéria. Seu instrumento direto é o Perispírito, como o do homem é o corpo. O Perispírito, como acabamos de ver, constitui-se de matéria. Vem a seguir o fluído universal, agente intermediário, espécie de veículo sobre o qual ele age como nós agimos sobre o ar para obter certos efeitos através da dilatação, da compressão, da propulsão ou das vibrações. 

Pg.72 – Desde que a conhecemos, o maravilhoso desaparece, pois a causa se encontra inteiramente nas propriedades semimateriais do perispírito.

Pg.72/núm59 – Quando vemos o ar derrubar edifícios, o vapor arrastar massas enormes, a pólvora gaseificada elevar rochedos, a eletricidade espedaçar árvores e perfurar muralhas, que há de estranho em admitir que o Espírito, servindo-se do Perispírito, possa erguer uma mesa, sobretudo quando se sabe que esse Perispírito pode tornar-se visível, tangível e comportar-se como um corpo sólido? 

Pg.82/P.9(R) – ...Por sua natureza etérea, o Espírito propriamente não pode agir sobre a matéria grosseira sem intermediário, ou seja, sem o liame que o liga à matéria. Esse liame, que chamamos perispírito, oferece a chave de todos os fenômenos espíritas materiais. 

Pg.83 – Observação: A densidade do perispírito, se assim se pode dizer, varia de acordo com a natureza dos mundos, como já foi ensinado (Livro dos Espíritos, nos 94 e 187). Parece variar também no mesmo mundo, segundo os indivíduos. Nos Espíritos moralmente adiantados ele é mais sutil e se aproxima do perispírito das entidades elevadas; nos Espíritos inferiores aproxima-se da matéria e é isso que determina a persistência das ilusões da vida terrena nas entidades de baixa categoria, que pensam e agem como se ainda estivessem na vida física, tendo os mesmos desejos e quase poderíamos dizer a mesma sensualidade. Essa densidade maior do perispírito, estabelecendo maior afinidade com a matéria, torna os Espíritos inferiores mais aptos para as manifestações físicas. É por essa mesma razão que um homem refinado, habituado aos trabalhos intelectuais, de corpo frágil e delicado, não pode erguer pesados fardos como um carregador. A matéria de seu corpo é de alguma maneira menos compacta, os órgãos são menos resistentes, o fluído nervoso menos intenso. O perispírito é para o Espírito o que o corpo é para o homem. Sua densidade está na razão da inferioridade do Espírito. Essa densidade, portanto, substitui nele a força muscular, dando-lhe maior poder sobre os fluídos necessários às manifestações do que o possuem os de natureza mais etérea. 

Pg.84/P.13 – Se bem compreendemos o que disseste, o princípio vital provem do fluído universal. O Espírito tira desse fluído o envoltório semimaterial do seu perispírito, e é por meio desse fluído que ele age sobre a matéria inerte. 

Pg.87/P.21 – Ao mover os corpos sólidos... Resposta: ...Uma porção do seu perispírito se identifica, por assim dizer, com o objeto em que penetra. 

Pg.89/núm75 – O fluído condensado constitui o perispírito ou invólucro semimaterial do Espírito. Na encarnação, o perispírito está ligado à matéria do corpo; na erraticidade está livre. Quando o Espírito está encarnado, a substância do perispírito está mais ou menos fundida com a matéria corpórea, mais ou menos colada a ela, se assim podemos dizer.

Pg.89/núm76 – A inteligência, que é o próprio Espírito encarnado em nosso corpo, está unida ao corpo pelo perispírito e não pode agir sobre o corpo sem o perispírito... Assim: ela age sobre o perispírito, que é a substância com que tem mais afinidade, o perispírito age sobre os músculos...

Pg.90/núm77 – Assim, o fluido vital, dirigido pelo Espírito, dá uma vida artificial e momentânea aos corpos inertes. Sendo o perispírito formado por esse fluido, segue-se que o Espírito encarnado, por meio do seu perispírito, é quem dá vida ao corpo, mantendo-se unido a ele enquanto o organismo o permite. 

Pg.107/Erasto – É necessário que exista entre o Espírito e o médium uma certa afinidade, uma certa analogia, numa palavra, uma determinada semelhança que permita à parte expansível do fluido perispirítico do encarnado misturar-se, unir-se, combinar-se com o do Espírito que deseja fazer o transporte. Essa fusão deve ser de tal maneira que a força dela resultante se torne por assim dizer una.

Pg.112/Nota de Erasto – Como o seu fluido pessoal pode dilatar-se, é penetrável e expansível, ele combina uma porção do fluido animalizado do médium, e é nessa mistura que oculta e transporta o objeto.

Pg.113/Nota de Erasto – Não é a matéria propriamente dita que os envolve, mas um fluido tirado em parte do perispírito do médium e em parte (metade de cada um) do Espírito operador. 

Pg.119/P23 – Como o Espírito pode tornar-se visível? – Resposta: O princípio é o mesmo de todas as manifestações e está nas propriedades do perispírito, que pode sofrer diversas modificações, à vontade do Espírito.

Pg.119/P24 – O Espírito propriamente dito pode fazer-se visível ou só o faz com a ajuda do perispírito? – Resposta: Na vossa situação material o Espírito só pode manifestar-se com a ajuda do seu invólucro semimaterial. É este o intermediário pelo qual eles agem sobre os vossos sentidos. Graças a esse invólucro é que eles aparecem algumas vezes com a forma humana ou outra qualquer, seja nos sonhos ou no estado de vigília, assim a plena luz como na obscuridade. 

Pg.120/P25 – Podemos dizer que é pela condensação do fluido do perispírito que o Espírito se torna visível? – Resposta: Condensação não é o termo. Trata-se apenas de uma comparação que pode ajudar a compreender o fenômeno, pois não há realmente uma condensação. Pela combinação dos fluidos produz-se no perispírito uma disposição especial, sem possibilidade de analogia para vós, e que o torna perceptível. 

Pg.121/R31 – A forma humana é a sua forma normal. O Espírito pode variá-la na aparência, mas conservando sempre o tipo humano.

Pg.121/P32 – Não podem manifestar-se com a forma de flamas? – Resposta: Podem produzir flamas, clarões, com qualquer outro efeito para demonstrar a sua presença, mas essas coisas não são o próprio Espírito. A flama é quase sempre apenas um efeito ótico ou uma emanação do perispírito. Em todos os casos é somente uma parte do perispírito, que só aparece inteiramente nas visões. 

Pg.121/P35 – Os Espíritos poderiam se apresentar com a forma de animais? – Resposta: Isso pode acontecer, Mas são sempre Espíritos inferiores os que tomam essas aparências. Mas seriam sempre, em todos os casos, aparências passageiras, pois seria absurdo acreditar que um animal pudesse ser a encarnação de um Espírito. Os animais são sempre animais e nada mais do que isso.

Pg.125/núm105 – O perispírito, por sua própria natureza, é invisível no estado normal. Isso é comum a uma infinidade de fluidos que sabemos existirem e que jamais vimos. Mas ele pode também, à semelhança de certos fluidos, passar por modificações que o tornem visível, seja por uma espécie de condensação ou por uma mudança em suas disposições moleculares, e é então que nos aparece de maneira vaporosa. A condensação pode chegar ao ponto de dar ao perispírito as propriedades de um corpo sólido e tangível, mas que pode instantaneamente voltar a seu estado etéreo e invisível.

Esses diversos estados do perispírito, entretanto, resultam da vontade do Espírito e não de causas físicas e exteriores, como acontece com os gases. O Espírito nos aparece quando deu ao seu perispírito a combinação necessária para se tornar visível. Mas a simples vontade não basta para produzir esse efeito, porque a modificação do perispírito se verifica mediante a sua combinação com o fluido especifico do médium. Ora, essa combinação nem sempre é possível, e isso explica por que a visibilidade dos Espíritos não é comum.

... É necessário ainda que a emissão de fluido da pessoa seja abundante para operar a transformação do perispírito, e provavelmente há outras condições que desconhecemos.

Pg.126/núm106 – Outra propriedade do perispírito é a penetrabilidade inerente à sua natureza etérea. Nenhuma espécie de matéria lhe serve de obstáculo: ele atravessa a todas, como a luz atravessa os corpos transparentes.

Pg.128/núm109 – O perispírito, como se vê, é o principio de todas as manifestações. Nele encontramos, a explicação da possibilidade de ação do Espírito, sobre a matéria, da movimentação dos corpos inertes, dos ruídos e das aparições. 

Pg.131/núm113/R 1 – (Resposta dos Espíritos) - ... Já dissemos também que o Espírito, através do seu envoltório semimaterial, pode tomar todas as formas para se manifestar. 

Pg.135/núm114 – Ambos se fundam no princípio de que tudo o que foi dito sobre as propriedades do perispírito após a morte se aplica ao perispírito dos vivos.

... O Espírito, tanto do vivo quanto do morto, tem sempre o seu envoltório semimaterial, que pelas mesmas causas já referidas pode adquirir a visibilidade e a tangibilidade. 

Pg.138/núm119/R 1 – Quando o homem se desmaterializou completamente por sua virtude, tendo sua alma a Deus, pode aparecer em dois lugares ao mesmo tempo. Eis como: o Espírito encarnado sentindo chegar o sono, pode pedir a Deus para se transportar a algum lugar. Seu Espírito ou sua alma, como quiseres, abandona então o corpo, seguido de uma porção de seu perispírito, e deixa a matéria inunda num estado vizinho da morte. Digo vizinho da morte porque o corpo permanece ligado ao perispírito e a alma à matéria, por um liame que não pode ser definido. O corpo aparece no lugar pedido (Santo Afonso). 

Pg.139/núm121 – A pessoa que mostra simultaneamente em dois lugares diversos tem portanto dois corpos. Mas desses corpos só um é real, o outro não passa de aparência. Pode-se dizer que o primeiro tem vida orgânica e o segundo anímica. Ao acordar os dois corpos se reúnem e a vida anímica penetra o corpo material. 

Pg.139/núm121 – A pessoa que mostra simultaneamente em dois lugares diversos tem portanto dois corpos. Mas desses corpos só um é real, o outro não passa de aparência. Pode-se dizer que o primeiro tem vida orgânica e o segundo anímica. Ao acordar os dois corpos se reúnem e a vida anímica penetra o corpo material. 

Pg.141/núm123 – (Assunto: Transfiguração) – Admite-se em principio que o Espírito pode dar ao seu perispírito todas as aparências. Que por uma modificação das disposições moleculares, pode lhe dar a visibilidade, a tangibilidade e em consequência a opacidade. Que o perispírito de uma pessoa viva, fora do corpo pode passar pelas mesmas transformações e que essa mudança de estado se realiza por meio da combinação dos fluidos.

Imaginamos então o perispírito de uma pessoa vida, não fora do corpo mas irradiando ao redor do corpo de maneira a envolvê-lo como uma espécie de vapor. Nesse estado ele pode sofrer as mesmas modificações de quando separado. Se perder a transparência, o corpo pode desaparecer, tornar-se invisível, velar-se como se estivesse mergulhado num nevoeiro. Poderá mesmo mudar de aspecto, ficar brilhante, de acordo com a vontade ou poder do Espírito. Outro Espírito, combinando o seu fluido com esse, pode substituir a aparência dessa pessoa, de maneira que o corpo real desapareça, coberto por um envoltório físico exterior cuja aparência poderá variar como o Espírito quiser. 

Pg.142/Nota(H.P.) – Há numerosos casos de observação de uma máscara transparente sobre o rosto do médium, reproduzindo o rosto do Espírito comunicante. Observamos um desses raros casos em 1946, em São Paulo, com o médium Urbano de Assis Xavier. Nesses casos, como se vê, acima, a máscara se forma pela combinação fluídica do perispírito do médium com o do Espírito comunicante. É fenômeno de sintonia e não de penetração do Espírito no corpo do médium. 

Pg.145/núm126 – ... O perispírito pode adquirir as propriedades da matéria e tornar-se tangível. 

Pg.149 – (Papel dos médiuns nas comunicações): ... Munidos de elementos mentais que podem ser prontamente utilizados, bons instrumentos, numa palavra, porque então o nosso perispírito, agindo sobre o perispírito daquele que mediunizamos, só tem de lhe impulsionar a mão que serve de porta-canetas ou porta-lápis - (Erasto e Timóteo). 

Pg.236 (Da mediunidade dos animais): Comunicação dada em seguida a uma discussão a respeito, na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas... O vosso perispírito e o nosso são ligados do mesmo meio, são de natureza idêntica, são semelhantes, numa palavra. Possuem ambos uma capacidade de assimilação mais ou menos desenvolvida, de imantação mais ou menos vigorosa, que permite a nós, Espíritos e encarnados, por-nos muito pronta e facilmente em relação. Enfim, o que pertence especificamente aos médiuns, à essência mesma de sua individualidade, é uma afinidade especial, e ao mesmo tempo uma força de expansão particular, que anulam neles toda possibilidade de rejeição, estabelecendo entre eles e nós uma espécie de corrente ou de fusão, que facilita as nossas comunicações. 

Pg.271/ – ... Nosso envoltório fluídico, mais imponderável e mais sutil que o mais sutil e imponderável de vossos gases, unindo-se, casando-se, combinam-se com o envoltório fluídico mais animalizado do médium, e cuja propriedade de expansão e de penetrabilidade escapa aos vossos sentidos grosseiros é quase inexplicável para vós, permite-nos movimentar os móveis e até mesmo quebrá-los em aposentos vazios. 

Pg.272/ - ... Mas, quero repeti-lo: não mediunizamos diretamente nem os animais nem a matéria inerte. Precisamos sempre do concurso consciente ou inconsciente de um médium humano, porque necessitamos da união dos fluidos similares, que não encontramos nos animais nem na matéria bruta. 

Mecânica da levitação segundo H. de Freitas 

“Misturando o fluido animal do médium com o fluido universal do Espírito, temos um pouco da natureza humana e um pouco da espiritual, formando um elemento intermediário. Impregnada a mesa com esse elemento, o fluido material se liga à madeira e o espiritual fica ligado ao pensamento do Espírito. Essa, ao que parece, a mecânica da levitação e essa a natureza do ectoplasma”.

Na produção do fenômeno (levitação, etc.), o Espírito é a causa e o fluido é o seu instrumento; ambos são necessários.

“As pessoas tiram de si mesmas o fluido necessário à produção dos fenômenos e podem agir sem auxilio dos Espíritos. Não são propriamente médiuns, no sentido exato da palavra. Mas pode também que um Espírito as assistam e aproveite as suas disposições naturais”.

“Ao mover os corpos sólidos, os Espíritos penetram na substância dos mesmos ou permanecem fora delas? R – Fazem uma coisa e outra... Uma porção do seu perispírito se identifica, por assim dizer, com o objeto em que penetra. ... Seu martelo é o fluido combinado que ele põe em ação, pela vontade, para mover ou bater. Quando move, a luz vos transmite a visão do movimento; quando bate, o ar vos transmite o som”.

“Desde que age sobre a matéria, pode agir tanto sobre o ar como sobre a mesa. Quanto aos sons articulados, pode imitá-los como a todos os demais ruídos”.

“Estou demasiado tocado de compaixão pelas vossas misérias, por vossa imensa fraqueza, para não estender a mão em socorro aos infelizes extraviados que, vendo o céu, caem nos abismos do erro. Ide, amai, meditai todas as coisas que vos são reveladas; não mistureis o joio ao bom grão, as utopias com as verdades. O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, trad. J.Herculano Pires, Ed. LAKE, Cap. VI.

 

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