Os Acompanhantes Ocultos

 

Allan Kardec - 1804-1869

 

 

 

 Os Acompanhantes Ocultos:

Pergunta 475: Pode alguém por si mesmo afastar os maus Espíritos e libertar-se da dominação deles? Resposta: “Sempre é possível, a quem quer que seja, subtrair-se a um jugo, desde que com vontade firme o queira.” - Allan Kardec, FEB, Livro dos Espíritos, trad. Guillon Ribeiro.

A morte não é o fim, ao morrer o Espírito que animava o corpo da pessoa continua vivo. Conforme o seu adiantamento moral, se fez o bem vai para um bom lugar; se foi uma pessoa má é arrastado por aqueles com os quais se encontra em sintonia. Tem aquele que ao deixar o corpo após a morte fica perambulando pela Terra, sem nem ao menos saber que morreu. É comum ir atrás dos amigos ou familiares, ou mesmo do abrigo de seu lar. Como é ignorado, isto é, não é visto e nem percebido, a princípio fica aturdido, sem contar os pensamentos de que é alvo. Esses pensamentos podem ter impacto positivo ou negativo, conforme o grau de afeição daquele que pensa. Há muitas pessoas próximas do falecido que a todo momento falam dos ressentimentos, dos desentendimentos, do caráter duvidoso, aumentando pequenas ofensas para justificar as pendências; por outro lado, esse Espírito ainda sente as angústias de quando em vida e traz consigo os hábitos, vícios, apegos e tudo aquilo que o prendia as ilusões, fantasias e desejos que o nortearam em vida. E tem mais, caso esse Espírito seja invejoso, rancoroso, odeie muito alguém que supostamente, ou não , lhe fez mal, vai ficar aguardando o momento exato para a desforra. Ao contrário, se foi uma pessoa altruísta segue em frente perdoando e amando aqueles que de alguma forma o ajudaram na sua caminhada para Deus.

Dependendo do apego aos bens que possuía, vai lutar para defendê-los; vai alimentar os desentendimentos, discórdias entre familiares e aqueles que lhe eram próximos. Caso os familiares estejam receptivos as sugestões desse Espírito, vão sentir o impacto dos seus pensamentos e das suas travessuras. Ele é membro da casa onde morava, não é visto, mas interfere na rotina daqueles que estão em sintonia com ele, que captam seus pensamentos, que aceitam suas sugestões, transmitindo suas sensações de doenças, suas emoções de raiva, dores, desejos, sofrimentos, medos, suas fantasias, seus desequilíbrios emocionais. Aos poucos ele vai dominando aqueles que são mais receptivos, os invigilantes, que guardam no íntimo pensamentos frívolos, desejos reprimidos e/ou fantasias, são alvo fáceis para ele e outros Espíritos, mesmo porque, os pensamentos são públicos, isto é, nada do que se pensa fica encoberto, dai resulta no que diz a velha Lei da Afinidade: Os iguais se atraem – entram em sintonia com aqueles que compartilham os mesmo pensamentos.

Pessoas que não cuidam dos seus pensamentos, que se deixam guiar pelos prazeres dos sentidos, essas, sim, são alvos fáceis, são como marionetes obedecendo comandos que supõem ser delas, mas, na verdade, não são; não se dão conta dos inúmeros Espíritos que estão junto a elas estimulando comportamentos inadequados e algumas vezes vexatórios, fazendo ressurgirem velhos hábitos, vícios e costumes de outras existências para melhor dominá-las… É assim que começa uma obsessão.

A Obsessão é uma doença que afeta grande parte da humanidade, isso se deve, geralmente, pela ação dos Espíritos inferiores que se aproveitam das condições morais das pessoas para manipulá-las e posteriormente dominá-las. No começo é sutil, quase não dá para perceber: é uma ou mais palavras fora do contexto, é um pensamento de discórdia ou de um desejo reprimido que aparece do nada e que se repete ao longo do dia, é aquele temperamento explosivo sem motivo, sintomas de depressão e/ou pânico sem razão de ser, desejos repetidos que não fazem parte dos hábitos da pessoa, doenças emocionais sem causa aparente, dor de cabeça sem está associada a uma doença, calafrios pelo corpo (aquela sensação de arrepio), pensamentos suicida e assim por diante, são muitos e variados os sinais e sintomas; mas é possível identificá-los logo no começo.

Pergunta 479: A prece é meio eficaz para a cura da obsessão? Resposta: A prece é em tudo um poderoso auxílio. Mas não basta que alguém murmure algumas palavras para que obtenha o que deseja. Deus assiste os que obram, não os que se limitam a pedir. É, pois, indispensável que o obsidiado faça, por sua parte, o que se torne necessário para destruir em si mesmo a causa da atração dos maus Espíritos. - Allan Kardec, FEB, Livro dos Espíritos, trad. Guillon Ribeiro. Nota: Não deixe de ler o Capítulo XXIII - Da obsessão - do Livro dos Médiuns.

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