Capítulo XIX - A fé transporta montanhas

Allan Kardec - 1804-1869

 

                  Nota: O texto abaixo foi  compilado do "O evangelho segundo o Espiritismo". Todo mérito pertence ao autor da obra, Allan Kardec. Fiz este esquema para estudo pessoal. Estou postando aqui, porque pode ser útil para algum leitor. Ao final, estão as traduções consultadas.

 

CAPÍTULO XIX - A FÉ TRANSPORTA MONTANHAS

Respondeu lhes Jesus: Por causa da vossa incredulidade. Pois em verdade vos digo, se tivésseis a fé do tamanho de um grão de mostarda, diríeis a esta montanha: Transporta-te daí para ali e ela se transportaria, e nada vos seria impossível. (S. MATEUS, cap. XVII, vv. 14 a 20.)

Fé inabalável só é a que pode encarar de frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.

 
Fé é a confiança que se tem na realização de alguma coisa, a certeza de atingir determinado fim.

1. A fé permite ver, em pensamento, a meta que se quer alcançar e os meios de chegar lá.

2. Aquele que possui fé, caminha com absoluta segurança, tendo a certeza de chegar ao objetivo visado.

3. A fé sincera é calma, sabe esperar, porque tem seu ponto de apoio na inteligência e na compreensão das coisas.

4. A fé necessita de uma base, base que é a inteligência perfeita daquilo em que se deve crer.

5.A calma na luta é sempre um sinal de força e de confiança.


A fé necessita de uma base, base que é a inteligência perfeita daquilo em que se deve crer.

Fé insegura

1. A fé insegura sente a sua própria fraqueza, e quando tomada pelo interesse torna-se furiosa e acredita poder suprir a força com a violência.

2. A violência, ao contrário, denota fraqueza e dúvida de si mesmo.

3. Não confundir presunção com fé.

4. Presunção é a vaidade conduzida pelo orgulho e o orgulho é sempre castigado, cedo ou tarde, pela decepção e pelos fracassos que lhe são infligidos.

5.A verdadeira fé se alia à humildade. Aquele que a possui, deposita mais confiança em Deus do que em si próprio, por saber que, nada pode sem Ele.

 

As montanhas que a fé transporta:

1. dificuldades.

2. as resistências.

3. a má vontade.

4. Os preconceitos da rotina.

5. O interesse material.

6. O egoísmo.

7. A cegueira do fanatismo.

8. As paixões orgulhosas são outras tantas.

9. A fé robusta confere a perseverança, a energia e os recursos necessários para a vitória sobre os obstáculos, tanto nas pequenas quanto nas grandes coisas.

 

Fé é a confiança que se deposita na realização de determinada coisa, a certeza de atingir um objetivo.


A fé sincera e verdadeira é:

1. Sempre calma.

2. Paciente.

3. Sabe esperar.

4. Tem a certeza de chegar ao fim.

5. É lúcida.

6. Antevê, pelo pensamento, os fins que se tem em vista e os meios de atingi-los.


Fé insegura ou vacilante:

1. A fé Insegura, é fraca, sente a sua própria fraqueza.

2. Ao ser estimulada pelo interesse, torna-se furiosa e acredita suprir, pela violência, a força que lhe falta.

3. Entretanto, a calma na luta é sempre um sinal de força e de confiança.

4. A violência, pelo contrário, é prova de fraqueza e de falta de confiança em si mesmo.

5. A fé vacilante produz a incerteza, a hesitação, de que se aproveitam os adversários que devemos combater; ela nem sequer procura os meio de vencer, porque não crê na possibilidade de vitória.


Não confundir fé com presunção:

1. Cuidado para não confundir a fé com a presunção.

2. A fé verdadeira se alia à humildade.

3. O que possui a fé verdadeira confia em Deus, mais do que em si mesmo.

4. É por isso que os Bons Espíritos vêm em seu auxílio.

5. A presunção é sinal de orgulho.

6. O orgulho é sempre castigado cedo ou tarde, pela decepção e pelos fracassos que lhe são impostos.

7. É Pelo poder da fé que a pessoa age, pelo pensamento, sobre o agente universal, modifica as suas propriedades, fazendo surgir os fenômenos que não se consegue explicar.

8. Uma fé sincera, dirigida pela vontade, pode operar esses estranhos fenômenos de cura e de outra natureza que antigamente eram considerados prodígios, e que, entretanto, não passam da ação de uma lei natural.

9. Essa é a razão pela qual Jesus disse aos seus discípulos: se não conseguistes curar, foi por causa de vossa pouca fé.


A FÉ RELIGIOSA. CONDIÇÃO DA FÉ INABALÁVEL.

1. No seu aspecto religioso, a fé é a crença nos dogmas particulares que constituem as diferentes religiões.

2. Todas as religiões têm os seus artigos de fé.

3. A fé pode ser raciocinada ou cega.


Fé cega:

1. Nada examina.

2. Aceita sem controle o falso e o verdadeiro.

3. A cada passo se choca com a evidência da razão.

4. Levada ao excesso, produz o fanatismo.

5. Quando a fé se firma no erro, cedo ou tarde desmorona.



Fé raciocinada:

1. É a que tem a verdade por base.

2. Nada teme do progresso do conhecimento.

 

Quanto a Fé:

1. Não pode ser prescrita.

2. Não pode ser imposta.

3. Não há ninguém que esteja impedido de possuí-la.

4. Se procurarem a fé com sinceridade a encontrarão.

5. Alguns se recusam a crer:

5.1. Nuns, é a indiferença.

5.2. Noutros, o medo de serem forçados a mudar de hábitos.

5.3. E têm aqueles outros, que pelo orgulho se recusam a reconhecer um poder superior, porque teriam de se inclinarem diante Dele.


Para algumas pessoas:

1. A fé parece ser inata.

2. Para outras, ao contrário, tem dificuldade para ser assimilada.

3. A resistência do incrédulo, quase sempre se deve como a fé é apresentada.

4. A fé necessita de uma base, que é a perfeita compreensão do que se deve crer.

5. Para crer, não basta ver, é necessário sobretudo compreender.

6. A fé cega produz o maior número de incrédulos.

7. A fé cega exige a abdicação do homem:

7.1. Do raciocínio e

7.2. Do livre-arbítrio.

8. A fé não se impõe, sem provas ela deixa um vazio, onde nasce a dúvida.


A fé raciocinada:

1. Se apoia nos fatos e na lógica.

2. Crê-se, porque se tem a certeza, e só se está certo quando se compreendeu.

3. Ela não se dobra: porque só é inabalável a fé que pode enfrentar a razão face a face, em todas as épocas da Humanidade.

  

Instruções dos Espíritos


Fé, Mãe da Esperança e da Caridade

José – Espírito Protetor, Bordeaux, 1862.

A :

1. Para ser proveitosa, deve ser ativa; não pode adormecer.

2. Mãe de todas as virtudes que conduzem a Deus. Suas filhas:

2.1. Esperança, e 

2.2. Caridade.

3. Essas três virtudes – fé, esperança e caridade – formam uma trindade inseparável.

3.1. A fé sustenta a esperança de ver cumpridas as promessas do Senhor.

3.2. A fé dá o amor; se não tendes fé, qual será o vosso amor?

4. A fé, divina inspiração de Deus, desperta os sentimentos que conduzem o homem ao bem.

4.1. A fé, é a base da regeneração. Essa base deve ser forte e durável.

4.2. A fé, deve ser mais forte que os sofismas e as zombarias dos incrédulos.

4.3. A fé que não desafia o ridículo dos homens, não é verdadeira.

5. A fé sincera é dominadora e contagiosa. Envolve até mesmo aqueles que não a possuem, e nem mesmo desejariam possuí-la.

5.1. A fé encontra palavras persuasivas, que penetram na alma.

6. A fé aparente só tem palavras sonoras, que produzem o frio e a indiferença.

7. Dai exemplo da vossa fé, para transmiti-la aos homens.

7.1. Pregai pelo exemplo das vossas obras, para que vejam o mérito da vossa fé.

7.2. Pregai pela vossa inabalável esperança, para que vejam a confiança que fortalece e estimula a enfrentar todas as vicissitudes da vida.

7.3. Cultivai, pois, a fé, com o que ela contém de belo e de bom, com a sua pureza, com a sua racionalidade.

8. Não permitas a fé sem comprovação, essa filha cega da cegueira.

8.1. Amai a Deus, mas sabendo porque o amais.

8.2.Crede nas suas promessas, mas sabendo porque acreditais nelas.

8.3. Segui os nossos conselhos, mas conscientes dos fins que vos propomos e dos meios que vos indicamos para atingi-los.

9. Crede e esperai, sem fraquejar: Os milagres, fenômenos extraordinários, são produzidos pela fé.

 

A FÉ DIVINA E A FÉ HUMANA

Um Espírito Protetor - Paris, l863.

 

1. No homem, a fé é o sentimento inato.

2. É a consciência que o homem tem das faculdades, em gérmen, que possui, a princípio em estado latente, mas que desabrocham e crescem, pela ação da sua vontade.

3. Aé compreendia apenas pelo lado religioso, porque Jesus a revelou como uma poderosa alavanca, e porque só viram nele o chefe de uma religião.

4. Jesus, que operou fenômenos extraordinários – milagres, mostrou quanto o homem que tem fé pode realizar.

5. Os apóstolos, a exemplo de Jesus, realizaram fenômenos extraordinários, ou milagres.

6. Esses fenômenos extraordinários, ou milagres, nada mais eram do que uma causa desconhecida dos homens daquela época – hoje explicada pelo Espiritismo.

7. A fé, pode ser humana ou divina, conforme a meta que se deseja alcançar. 

7.1. Se divina, leva a Deus; 

7.2. se humana, leva ao mundo sensorial.

8. Se tem fé, a pessoa triunfa, porque sente em si mesma que pode e deve triunfar naquilo que faz, e essa certeza íntima lhe dá uma extraordinária força.

9. A pessoa de bem, que preenche a sua vida com nobres e boas ações, tira da sua fé, a certeza da felicidade que o espera; realiza a caridade e o sacrifício da abnegação.

10. Com a fé, não existem tendências más que não possam ser vencidas.

12. É pela fé que o Magnetismo cura e produz fenômenos especiais que, antigamente, eram qualificados como milagres.

13. A fé é humana e divina. Se as pessoas estivessem suficientemente cientes da força que trazem consigo, e se colocassem a sua vontade a serviço dessa força, realizariam o que até hoje chamais de prodígios, e que é simplesmente o desenvolvimento das faculdades humanas.

Leia Kardec - Estude as Obras da Codificação Espírita.

 

Obras consultadas:

O Evangelho Segundo o Espiritismo, Autor: Allan Kardec. Editora: Petit Editora e Distribuidora Ltda. Tradução: Renata Barboza da Silva e Simone T. Nakamura Bele da Silva.

O Evangelho Segundo o Espiritismo, Autor: Allan Kardec. Tradução: Ery Lopes. Distribuição gratuita: Portal Luz Espírita - www.luzespirita.org.br

O Evangelho Segundo o Espiritismo, Autor: ALLAN KARDEC. Editora: Livraria Allan Kardec Editora - LAKE. Tradução: J. Herculano Pires.

O Evangelho Segundo o Espiritismo, Autor: ALLAN KARDEC. Tradução: Claudio Damasceno Ferreira Junior. Editora: Edições BesouroBox Ltda.

O Evangelho Segundo o Espiritismo, Autor: ALLAN KARDEC. Tradução: Guillon Ribeiro. Editora: Federação Espírita Brasileira – FEB.

O Evangelho Segundo o Espiritismo, Autor: ALLAN KARDEC. Tradução: Evandro Noleto Bezerra. Editora: Federação Espírita Brasileira – FEB. 

ALLAN KARDEC - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Tradução: Guillon Ribeiro. Edição Antirracista. Formato: PDF.

O Evangelho Segundo o Espiritismo, Autor: ALLAN KARDEC. Tradução: Ery Lopes. Versão digital: 1, Atualizado em 3 de outubro, 2024. Distribuição gratuita: Portal Luz Espírita.

 
O Evangelho Segundo o Espiritismo, Autor: Allan Kardec. Domínio Publico - www.livroesoterico.com.br.



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